Quando o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe surgiu no meio do Maracanã vestido de Super Mário no encerramento da Olimpíada no Rio de Janeiro, o estádio veio abaixo. O que aconteceu depois foi uma amostra do que o Comitê Organizador Japonês está preparando para sediar em Tóquio, a Olimpíada 2020. A breve apresentação mostrou tecnologia, modernidade, robôs e muita inovação. Mas não pense que o povo japonês só tem olhos para o futuro. A população sabe a importância que é manter a tradição para continuar se desenvolvendo.
Esse é o lado humano dos japoneses, de respeito aos mais velhos, de preservação da cultura e dos hábitos seculares. Se você for para a Olimpíada em Tóquio 2020 vai poder colocar à prova toda hospitalidade de um dos povos mais educados do mundo. Ao contrário de outras grandes metrópoles, a população de Tóquio é hospitaleira e muito atenciosa. Mesmo em uma cidade onde o ritmo é frenético, são 35 milhões de pessoas na área metropolitana da cidade, eles têm paciência de orientar ou então, passar pacientemente a informação. Nem se preocupe com o idioma difícil, ele não será barreira quando a intenção é ajudar. Em Tóquio, você vai encontrar muitas pessoas que falam inglês fluente e, se mesmo assim a compreensão não for clara, a mímica sempre ajuda.
A educação do povo japonês ficou evidente na Copa do Mundo realizada no Brasil. Lembra da partida em que a seleção japonesa perdeu para a Costa do Marfim? A torcida nipônica foi exemplar. Ela recolheu o lixo das arquibancadas (dela e dos outros torcedores) ao final da partida. Um gesto raríssimo de ser visto em qualquer parte do mundo.
Não é à toa que Tóquio é uma capital extremamente limpa e, por incrível que pareça, não existem latas de lixo espalhadas pela cidade. Pelo contrário, se você procurar não vai encontrar nenhuma. Cada um leva o lixo que gerou para casa ou deposita no recipiente de algum estabelecimento. Ah, não existem garis varrendo as calçadas. Mas você deve estar se perguntando como as vias são tão limpas? A resposta é simples: voluntários andam pelas ruas coletando os poucos papéis, copos plásticos e alguma embalagem deixada sem querer nas ruas. Moradores e comerciantes se encarregam de manter limpa a frente do imóvel. Os japoneses são assim porque faz parte de sua cultura. Para eles, o bem comum é mais importante do que o individual, então todos acabam se ajudando.
Essa preocupação com o outro reflete também na disposição em ajudar o estrangeiro. Imagine perder-se no intrincado sistema metroviário da cidade, algo bem comum, afinal são 13 linhas que cobrem 286,2 km de extensão (5º maior metrô do mundo). Se acontecer de ficar perdido em alguma estação, sem saber que rumo tomar, qualquer pessoa que esteja próxima estará disposta a oferecer ajuda. Uma vez dentro do metrô é possível ir a qualquer lugar da cidade para conhecer os pontos turísticos, pois as linhas se encontram em alguma estação. É só fazer a conexão para continuar o trajeto.
Olhar sobre Tóquio
Apesar de toda correria de Tóquio, as pessoas param o que estão fazendo e dedicam momentos para contemplar um dos espetáculos mais bonitos da cidade: o desabrochar das flores das cerejeiras, a árvore-símbolo do país. O acontecimento marca o início da primavera. São milhares de cerejeiras existentes em diversos parques, mas o principal deles é o Shinjuku Gyoen que atrai uma multidão de pessoas que ficam sob as delicadas flores para fazer um pic nic, conversar e, claro, tirar muitas fotos. A admiração se explica, as cerejeiras florescem apenas uma vez ao ano e suas flores duram apenas uma semana. Nesse período, todos aproveitam para se encontrar e prestigiar esse fenômeno belíssimo da natureza.
Se você deseja conhecer um pouco da história de Tóquio, uma boa pedida é visitar seus variados templos que têm arquitetura tradicional – em contraponto com os modernos arranhas-céus ao redor. Existem muitos templos na cidade e eles foram erguidos pelos mais variados motivos. Uma das maiores construções é o Meiji-Jingu, erguido para homenagear o Imperador Meiji, cujo reinado foi de 1868 a 1912 e marcou a passagem da era feudal para o Japão moderno.
Já o Naritasan Shinshó-Ji é um complexo de templos dedicados ao budismo, com mais de 1000 anos. Tem ainda o Asakusa-Jinja, um santuário do século XVII construído para as religiões budista e xintoísta e que sobreviveu aos bombardeios da II Guerra Mundial.
A residência da Família Imperial do Japão fica em Tóquio. O Palácio Imperial é fechado à visitação, mas em duas ocasiões recebe visitantes que podem entrar em seu jardim bem cuidado que o circunda, em 23 de dezembro e 2 de janeiro.
Um alerta sobre a visitação aos templos. Antes de entrar em algum, lembre-se de tirar os sapatos. Eles são considerados impuros (imagine, com a limpeza impecável das ruas) e podem “contaminar” o local dedicado às orações. Tirar os sapatos é recomendado também ao entrar nas casas e até em alguns restaurantes.
Se você quiser ter uma vista panorâmica de Tóquio, precisa ir a dois dos pontos mais altos da cidade: o Tokyo City View ou Tokyo Midtown. Dá para ver a fileira de edifícios, a baía de Tóquio e até o Monte Fuji, o cartão postal mais famoso da cidade. Esses verdadeiros mirantes de aço e concreto têm restaurantes, bares e outras atrações para receber bem os visitantes.
Um olhar mais atento sobre Tóquio revela uma cidade com muitos adjetivos, povo educado e que recebe bem visitantes de qualquer parte do mundo e visitando é a melhor forma de comprovar tudo isso.