Se existe um país para conhecer toda essência do continente africano esse lugar é Botswana, um dos últimos refúgios selvagens em que a fauna ainda pode ser vista em sua plenitude. O guia internacional de turismo Lonely Planet considerou o país como um dos melhores destinos para se viajar.
Em Botswana a fauna é protegida por lei e a caça de qualquer animal é proibida em todo o seu território, garantindo que espécies em risco de extinção em outros países sejam preservados. No Chobe National Park, considerado o santuário dos elefantes, mais de 120 mil indivíduos vivem livremente. Eles são facilmente vistos em todo seu esplendor, além de outros animais encontrados no parque.
Passar pela experiência de fazer um safári fotográfico pelas savanas e poder observar de perto os animais em seu habitat natural, é uma oportunidade única. Ver o comportamento de leões, leopardos, hienas, elefantes, gnus, entre outros, vivendo soltos e saber que ali estão protegidos é poder compartilhar da vida animal em toda sua plenitude. É algo para guardar em fotos e na memória para sempre.
Se a busca por mais adrenalina for maior, que tal um safári em um mokoro? Esse é o nome de pequena canoa usada pelos nativos para percorrer os canais alagados. Antigamente, o mokoro era esculpido em toras de madeira (hoje são de fibra) e comporta o guia e mais duas pessoas. A embarcação parece frágil, principalmente quando se vê o nível da água quase na mesma altura das bordas, mas é o melhor meio de transporte para observar crocodilos e hipopótamos, pois é muito silenciosa e não desperta a atenção dos animais. Com alguma sorte é possível avistar algum outro animal que esteja no local para beber água.
Botswana reserva um fenômeno incrível. De um lado o Delta do Okavango com água em abundância e flora diversificada. Do outro, o Deserto do Kalahari com sua savana árida com pouca vegetação. São dois extemos que formam um dos ecossistemas que abrigam as espécies mais espetaculares do planeta.
Para entender um pouco mais: o rio Okavango nasce na altitude de Angola, atravessa a Namíbia e quando chega a Botswana, se espalha por diversos braços menores que formam o Delta do Okavango, com quase 17 mil km². Na época das chuvas entre maio e outubro, as águas cobrem toda a região, mas no período da seca sobram pequenas lagoas mais resistentes e poucos canais com água.
Ao contrário de outros, o Delta do Okavango não corre em direção ao mar, mas sim para dentro do continente, mais precisamente para o Deserto do Kalahari. Por estar em um terreno praticamente plano, a água corre lentamente. Muito do seu volume é consumido pelas plantas (62%) ou se evapora (36%), por isso, resta muito pouco para irrigar as terras à frente. Dessa forma que surge o Deserto do Kalahari. É difícil imaginar que em determinado momento se está em um lugar com água em abundância e em outro, no meio da savana com terra seca.
O Deserto do Kalahari não é formado por dunas de areias, como no Saara. Em seu terreno tem-se a savana com vegetação rasteira, pequenos arbustos e alguma ou outra árvore que resiste à aridez. Se a flora não é muito rica, a fauna apresenta os animais mais simbólicos da África, como leões, girafas, antílopes, suricatas, hienas e muitos outros.
O objetivo de Botswana é praticar o turismo sustentável e preservar ao máximo os ambientes naturais. Por isso, o governo não permite a instalação de grandes redes hoteleiras. São permitidos apenas poucos, mas bons lodges que contam com infraestrutura completa para uma temporada confortável. Cada um recebe em média, cerca de 20 pessoas. Chegar até um deles já é uma grande aventura, pois estão localizados em regiões remotas e o acesso é feito por meio de pequenos aviões ou barcos.
O caráter preservacionista de Botswana aumenta ainda mais o interesse por esse país. Pois é certeza de ter contato com sua natureza bruta, selvagem, fascinante e enriquecedora. Ter a chance de observar os animais em seus ambientes naturais, a cultura nativa e mergulhar no incrível espírito africano é entrar em contato com sua essência.