Marrakech, no Marrocos, é uma expressão que significa “mur akush” em berbere – o primeiro povo nômade a habitar a região. Em nosso idioma é algo como “terra divina”. Não existe melhor tradução para esta cidade que carrega uma história milenar. As tradições ainda são cultivadas na parte antiga da cidade, chamada de Medina, que tem ritmo mais lento, mas nem por isso deixa de ser fascinante com suas ruelas, o pequeno comércio e as práticas religiosas (Marrakech é predominantemente muçulmana e as mulheres locais devem usar a burca, pelo menos nesta parte da cidade).
Ao passear no centro antigo é como viajar ao passado – é sempre bom ir acompanhado de um guia local – você vai encontrar diversas lojinhas (souq) organizadas por tipo de produto. Por exemplo, as que trabalham apenas com tecidos, as que comercializam somente couro e por aí vai. O pequeno comércio é gerenciado por artesãos e os preços não são tabelados, então chegou a hora de praticar o seu talento para pechinchar, lembre-se que os marroquinos são mestres nisso, então capriche.
Em contraponto à parte mais antiga, a cidade conta com o lado mais moderno, pulsante e dinâmico, onde estão lojas sofisticadas, um fluxo constante e hotéis luxuosos. Cada um deles tem seu bar e restaurante frequentados por pessoas de todas as partes do mundo (incluindo os nativos) dispostas a passar bons momentos em um happy hour ou apreciando um belo jantar.
Aliás, a culinária marroquina é rica e variada que tem influência árabe, francesa, mediterrânea e utiliza ingredientes vindos dos povos nômades. As receitas são perfumadas pelo uso das especiarias e o sabor é divino.
Se quiser apreciar receitas mais típicas, vá até a praça Jemaa el Fna e entre em uma das tendas de comidas. Os pratos são simples e saborosos, e tem um toque de novidade para o nosso paladar. Nas mesas coletivas se misturam moradores e viajantes do mundo inteiro para apreciar as delícias que são preparadas ali.
Marrocos está a apenas 60 minutos da Espanha via ferry boat que cruza o Mar Mediterrâneo, por isso a presença de europeus é bastante comum. Os turistas buscam os fascínios da cultura milenar das Medinas, mas querem usufruir de todo o conforto que a parte nova da cidade oferece.
A três horas de Marrakech está a praia Essaouira e pequena cidade que chama a atenção pelos tons azuis usados em detalhes das casas, nas embarcações e até nas barraquinhas que vendem suco de laranja.
A cidade foi erguida ao redor do forte chamado de Castelo Real de Mogador, herança portuguesa e que resiste até hoje, mas foi transformado em museu. O público que frequenta pode ver os canhões originais ainda apontando para o mar aberto.
Essaouira também tem sua Medina repleta de pequenos comerciantes que vendem de tudo um pouco, sapatos típicos, lenços, chapéus e uma série de souvenires. Depois de passear pela cidade, entre em um restaurante e peça o prato mais típico: sardinhas grelhadas. A pesca desse peixe é uma das atividades que mantém a economia local, portanto, é só escolher a forma como quer comer a iguaria.
Em junho acontece na cidade o Festival Gnaoua de música tradicional. Artistas de diversas partes, incluindo árabes, europeus, asiáticos entre outros, comparecem e celebram o encontro com muita alegria e festividade. É um evento bastante divertido, porque as pessoas cantam e dançam ao som de músicas bem conhecidas.
Marrakech, reúne o antigo e o moderno, a tranquilidade das Medinas com a vida agitada do lado mais cosmopolita. É uma viagem para quem busca história, mas também não abre mão de ser bem recebido. A melhor época para visitar Marrakech é entre outubro e abril, quando as temperaturas são um pouco mais amenas. Lembre-se que a cidade está muito próxima do Saara, o maior deserto de areia do mundo. Mais um atrativo para ir viajar o mais rápido para lá.